M’ boitatá teve seu primeiro registro ainda no século XVI, quando os jesuítas registraram esse mito indígena, que segundo a tradição Tupi-Guarani tratava-se de uma cobra de fogo que protegia as matas dos gananciosos que estavam a destruí-la.
Desde janeiro de 2008, o mito foi reinventado, de maneira que a cobra de fogo além de continuar protegendo as matas dos gananciosos que insistem em destruí-las, ela também anda pelas ruas das cidades a queimar as decepções e tristezas do dia-a-dia através de intervenções que buscam colorir o triste cinza da realidade.
O coletivo M’boitatá foi fundado pelos palhaços, atores e historiadores, Sorrayla Acosta Parra e Tiago Oliveira Dantas, que desenvolveram principalmente, a pesquisa e atuação da linguagem do teatro de rua, do circo e da arte do palhaço, para o amadurecimento cênico do grupo. Atuaram em diversos espaços como praças, bares, feiras-livres, escolas, aldeias indígenas, festas e eventos com técnicas circenses como: malabarismo, pirofagia, bases de equilíbrio em duplas, gags tradicionais de palhaços, além de experimentos e experiência que a rua pôde nos proporcionar.
O grupo também tem como ideologia base para sua aprendizagem as trocas de vivências e experiências com outros grupos, Cia, coletivos e pessoas afins, com isso, desde sua formação iniciou na cidade de Dourados o “Grupo de Estudos de Palhaços”, realizado em praças, parques e espaços alternativos como a Casa dos Ventos e o Casulo. Essas vivências foram repletas de parcerias, de almas que juntas aprenderam e se fortaleceram.
Nos quatro primeiros anos de atuação o coletivo M’boitatá, formado pelos fundadores Sorrayla Parra e Tiago Dantas, realizaram aproximadamente 500 apresentações, entre intervenções em praças, ruas, feiras-livres, escolas, além de recepções e abertura de diversos eventos no estado do Mato Grosso do Sul.
Em 2011 foi contemplado pelo FIP (Fundo de investimento à produção Artístico e Cultural de Dourados), com a montagem e circulação do espetáculo “Circo Micróbio”, escrito e dirigido pelo coletivo M’boitatá e pelo ator e palhaço Anderson Lima.
Em 2012 o grupo participou do projeto Sesc Itinerante de Cultura, onde circulou com o espetáculo “Circo Micróbio” pelas escolas de bairros periféricos da cidade de Dourados.
No ano de 2013 e 2014, novos integrantes fizeram parte do Coletivo M’boitatá, formado nesse momento por Sorrayla Acosta Parra, e os atores e palhaços João Rocha e Michel Stevan Grando. Com a nova formação, o grupo convidou o autor e diretor Breno Moroni para a montagem e direção do espetáculo “Quem matou o morto?” que desde sua estreia 06 de outubro de 2013 já realizou diversas apresentações em Dourados e no estado do Mato Grosso do sul, participando do Circuito Sul-Mato-Grossense de Teatro – FCMS 2014. No mesmo ano a Cia. M’boitatá foi contemplado pelo Prêmio Funarte - Artes nas Ruas 2014, com o projeto de circulação Acrobática "Dandys" dirigida por Breno Moroni, com os atores João Rocha e Michel Stevan Grando, que durante o ano de 2015, realizaram apresentações no Amapá e no Mato Grosso do sul.
Durante todo ano de 2015, Sorrayla Acosta Parra participou da Eslipa- Escola Livre de palhaços- uma iniciativa pedagógica no âmbito das artes circenses dedicada ao estudo, treinamento, prática e reflexão do ofício do palhaço, utilizando uma metodologia fundamentada na construção colaborativa de novos conhecimentos e troca de saberes, tendo como foco a formação, qualificação e aperfeiçoamento de artistas nacionais e estrangeiros, projeto realizado pelo grupo Off-Sina na cidade do Rio de Janeiro.
Contudo o Coletivo M’boitatá, completa 8 anos de existência e resistência, e só tem a agradecer por todas as pessoas que passaram, que formaram, que nos ajudaram a realizar nossos sonhos, espalhar a arte, o amor, a humanidade, a esperança em nós... Seguimos nossos caminhos independentes, de Dourados para o mundo...