Com um público de 35 mil pessoas ao longo de quatro dias, a 13a edição do Festival América do Sul Pantanal, realizado de 11 a 14 de novembro de 2016, deixou um legado riquíssimo, oportunizando arte e cultura a todas as classes sociais nas cidades brasileiras de Corumbá e Ladário e nas bolivianas Puerto Quijarro e Puerto Suárez.
Com uma programação diária de mais de 15 horas, o Fasp teve mais de 60 atrações gratuitas entre shows musicais, espetáculos de dança, teatro, circo, mostras de artesanato, audiovisual, saberes indígenas, palestra, mesas-redondas, artes visuais, cultura popular, patrimônio cultural, ciência & tecnologia, literatura, oficinas, fomento à economia criativa, formação e capacitação cultural, arte educação, turismo, gastronomia e esportes.
Envolvendo aproximadamente 500 pessoas entre artistas, artesãos, produtores, agentes e técnicos culturais de diversos estados do Brasil e de mais seis países – Paraguai, Bolívia, Uruguai, Chile, Peru e Argentina –, o FASP cumpriu sua função de promover o relacionamento e a integração dos povos sul-americanos, a difusão da identidade cultural sul-mato-grossense e o turismo.
Para o secretário de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação, Renato Roscoe, o Fasp foi um sucesso: “As praças estavam sempre cheias, as pessoas interagindo, não só nos shows musicais, mas também nas oficinas, nas apresentações de teatro, de dança, em comunidades brasileiras e bolivianas. O evento teve uma participação cada vez mais intensa da comunidade local, de artesãos, artistas, indígenas e pantaneiros”.
A presidente da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul, Andréa Freire, destacou: “A arte se instalou pela cidade como a cultura deve ser. É isso que o Festival se propõe, a integrar as pessoas pela arte e cultura. Foram trocas riquíssimas, quem participou do festival sabe bem o legado que recebeu”.
Exemplo disso foram os encontros do músico baiano Carlinhos Brown, representante brasileiro no cenário mundial, com o mestre-artesão da viola de cocho Sebastião Brandão, de Ladário: e do cineasta boliviano Iván Molina com a crítica de arte Aline Figueiredo, homenageada nesta edição do Fasp; a mesa redonda que reuniu transformadores sociais de quatro pontos distintos da América do Sul para tratar do futuro das crianças e jovens; assim como Ilton Silva pintando ao vivo no Porto Geral de Corumbá; e o passeio de chalana entre artistas locais e estrangeiros.
As apresentações de teatro e circo dos grupos brasileiros BuZum! e Poropopó Varieté, na Bolívia, e de grupos bolivianos como CulturArte e Trono em Corumbá, como as apresentações da Orquestra de Cordas de San José de Chiquitos em igrejas brasileiras, mostram o intercâmbio cultural realizado durante o evento.
No Palco Integração, montado na Praça Generoso Ponce, os shows musicais de Tonolec, da Argentina, e Pascuala Ilabaca e Fauna (Chile) encantaram o público; já Carlinhos Brown fez um carnaval fora de época para 12 mil pessoas; enquanto Mariene de Castro emanou sua baianidade e amor para o público na última noite do festival.
Artistas consagrados de MS, como Marcelo Loureiro, Jerry & Barbados, Carlos Colman e Sampri fizeram as honras da casa e apresentaram espetáculos primorosos no mesmo palco. À margem do rio Paraguai, no Palco Pôr do Sol, novos talentos sul-mato-grossenses como Urbem, PúrPura, Murilo Martinez e Ju Souc brilharam em apresentações nos fins de tardes.
As oficinas de audiovisual, dança, artesanato, economia criativa, moda, história em quadrinhos, educação patrimonial e artes visuais envolveram das comunidades brasileiras e bolivianas entre jovens, adultos e idosos, formando e capacitando aproximadamente 400 pessoas. A mostra de audiovisual apresentou questões ambientais, culturais e sociais com vídeos de seis países.
A Tenda dos Saberes Indígenas, Artesanato e Pantanal Criativo foram espaços onde mais de mil pessoas passaram diariamente conhecendo e adquirindo produtos comercializados por indígenas de nove etnias, artesãos de seis estados brasileiros, incluindo Mato Grosso do Sul e pelos povos pantaneiros.
Houve ainda eventos paralelos com o Festival Gastronômico Sabores das Américas (Fegasa), a Boemia Cultural, que reuniu expressões da cena artística corumbaense, e a parceria do Sesc, que realizou uma programação em alusão ao centenário do poeta Manoel de Barros.
O Festival América do Sul Pantanal é uma realização do Governo do Estado de Mato Grosso do Sul por meio da Secretaria de Estado de Cultura, Turismo, Empreendedorismo e Inovação (Sectei), da Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS), Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur), Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (Fundect), com apoio de Andorinha Transportes, Corrida da Primavera, Moinho Cultural Sul-americano, Fundação Barbosa Rodrigues, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Museu de História do Pantanal (Muhpan), Sesc MS, UFMS, Marinha do Brasil, Prefeituras de Puerto Quijarro e de Puerto Suárez (Bolívia), Prefeituras de Ladário e de Corumbá (MS), Rádio Educativa 104 FM, TVE, Fecomercio MS, Corumbá Incrível, Fegasa, Brasil Central e Sebrae MS.
Texto: Fabio Pellegrini
Fotos: Elis Regina / Eduardo Medeiros / Alexandre Sogabe / Daniel Reino